
Queluz: do Palácio Real à realidade esquecida – contributo para uma reflexão sobre o marketing territorial e a identidade urbana
Há mais de uma década, escrevi uma dissertação de mestrado sobre Queluz — não apenas sobre o seu património, mas sobre o seu potencial enquanto território com identidade, história e comunidade. Defendia, então, que o marketing territorial começa dentro de casa: com os residentes, com os actores locais, com as ruas onde se vive todos os dias. E que, só depois, se pode pensar em atrair visitantes, investimento ou atenção.
Hoje, revisitar Queluz é assistir ao esvaziamento progressivo de uma cidade com alma. O Palácio Nacional continua a ser um marco barroco único, mas à sua volta, a cidade tornou-se num dormitório, com espaços públicos desactivados, comércio enfraquecido e um sentimento de pertença em erosão constante.